sexta-feira, 25 de março de 2011

VALORIZE O QUE TEM

Certo dia, ouvi dizer que dinheiro é tudo na vida. Fiquei decepcionado. Ainda mais, por ter escutado de uma criança.
Lembrei de uma parte do livro O Caçador de Pipas de Khaled Hosseini em que Amir, uma criança que gosta de escrever, contou uma de suas histórias à Hassan, seu criado e melhor amigo.
"...Um homem que encontra um cálice mágico e fica sabendo que, se chorar dentro dele, suas lágrimas vão se transformar em pérolas. Mas, embora tenha sido um homem muito pobre, ele era feliz e raramente chorava. Tratou então de encontrar meios de ficar triste para que suas lágrimas pudessem fazer dele um homem rico. Quanto mais acumulava pérolas, mais ambicioso ficava. A história terminava com o homem sentado em uma montanha de pérolas, segurando uma faca na mão, chorando inconsolável dentro do cálice e tendo nos braços o cadáver da esposa que tanto amava." Mais tarde, Hassan perguntou à Amir: "Bem, o que eu poderia perguntar é por que o homem matou a esposa. Na verdade, por que ele precisava estar triste para derramar lágrimas? Será que não podia simplesmente cheirar uma cebola?"
Pensei nisso, e me pergunto: que mundo é esse em que trocam pessoas por dinheiro e amor por pérolas?
Precisa mais do que amor, conforto e felicidade? É mesmo necessário ter poder e milhões na conta bancária?
Pessoas matam por dinheiro e nem pensam nas besteiras, nas dores, na consciência (que, talvez, não têm). Só pensam em mandar nos outros e não pensam que, os outros, podem fazer o mesmo que ela fez por riqueza.
ACORDE! Dinheiro não é tudo. Ame, sonhe, viva e valorize o que tem. Pare de pensar que é o pior e que todos são mais felizes que você. O dinheiro não vale nada, apenas vale o que você batalhou para ganhá-lo.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O TEMPO TORNA O SER MAIS BELO

O espelho tem duas faces. Esse é o nome de um filme interessante. Fala de uma mulher maravilhosa que nunca foi descoberta, justamente por lhe faltar a beleza exterior. A vida é sempre assim. Corremos o risco de não descobrir o outro lado, o mais oculto, o mais verdadeiro. Superar a margem é o desafio. Geralmente, quem supera torna-se interessante, torna-se raro. É por isso que me encanto constantemente com a riqueza dos contrários, com o desconserto das contradições. Nos contrários, há um ensinamento que insistimos em desconsiderar. Coisas que não se dão á primeira vista, mas que exigem uma demora maior.
Quando se fala em beleza, muitas vezes vem em nossa mente o complemento "é passageira". Mas é o tempo que torna o ser mais belo, a maturidade nos leva para além das realidades temporais. É na maturidade, e só nela, que só pode fazer o compromisso do para sempre. Portanto a maturidade torna o ser capaz de eternizar tudo, de quebrar as barreiras do tempo, de sair daquilo que é passageiro para aquilo que é eterno.
Há quem diga que se acha beleza naquilo que é imaturo, mas naquilo que é imaturo só encontramos instantes que servem para alimentar nossas fraquezas, tristezas, apegos, carências e dores. A vida não é feita de breves momentos. A beleza não esta na aparência, ela se faz de um conjunto de atitudes que geram frutos e esses frutos fazem acontecer a eternidade.
É ai onde se esconde o segredo, você pode ganhar uma rosa e ela murchar e suas pétalas caírem, mas dependendo de como , e de quem a deu, ela será sempre a linda e eterna rosa. Isso é maturidade, isso é beleza. Tudo pode ser eterno quando se encontra a beleza de não perder mais tempo!

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O VALOR DA PRESENÇA

Muitos de nós, vivemos nossas vidas como se tivéssemos à nossa disposição um estoque inesgotável de tempo. É com tristeza que tenho visto muitas pessoas manterem as pessoas que mais amam á distancia, perdendo a oportunidade de demonstrar o amor que talvez não seja mais necessário amanhã.
Esperamos convencidos com uma lista do que "temos a fazer" que, uma vez que tenhamos chegado ao fim da lista, teremos tempo para dividir com as pessoas que realmente são importantes. Mas isso não é verdade, a medida que os itens vão sendo esticados , surgem outros novos para substituí-los. Sempre haverá telefonemas que precisam ser dados, projetos a serem desenvolvidos e trabalhos a serem feitos. Você pode argumentar que trabalho é sucesso, só que nosso tempo está sendo requisitado. E muito pouco de nossa vida de trabalho realmente encaixa se na categoria de "emergência".
Se você é do tipo obcecado com coisas a serem feitas, eu lhe convido a descobrir as urgências do que você ama. Não espere morrer quem você ama para finalmente descobrir o valor da presença. Esqueça as regra do amor que se fundamenta nas lógicas da economia, onde só oferecemos mediante o recebimento. Esqueça os merecimentos e descubra a beleza que está escondida no amor gratuito.
O propósito da vida não é fazer tudo, mas aproveitar cada passo no caminho e viver uma vida repleta de amor . Lembre-se, quando você morrer, ainda haverá coisas pra fazer. E sabe o que mais? Alguém os fará por você! Não deixe que sua felicidade amanheça sem ter sido vivida. Há felicidades esparramadas na sua vida. Descubra-as antes que vença o prazo de validade.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

FLORES

Por que será que as pessoas optaram por colocar as tais flores de plástico no lugar do repouso dos seus entes queridos? Algumas até parecem de verdade. Outras são cópias grosseiras dessa beleza rara, que a natureza cria para encantar os nossos olhos.
Tudo isso tem apenas um significado: podemos esquecer os mortos, pois as flores artificiais não precisam de cuidado. Ai está o "X" da questão: o cuidado. Somente cuidamos daquilo que tem vida. Os mortos estão mortos. Porque lhe dar flores vivas? O sentido de oferecer flores caiu no nosso prático espírito moderno das facilidades.
Eu estava distraído nesses pensamentos, quando observei um túmulo diferente. Era de uma garotinha muito nova, quem sabe doze anos. Havia gramináceas plantadas sobre o túmulo, enfeitado com bonequinhas, borboletas e flores. Acredite: de verdade!!! Bem ao lado havia uma árvore onde uma casinha abrigava pequenos pássaros atraídos pela comida que alguém generosamente deixava ali. Beija-flores vinham beber a água açúcarada que existia em um recipiente próprio. Alguns vasos de flores estavam ao redor daquele monumento à vida. Descobri que a pessoa que mantinha aquele lugar tomara o cuidado de deixar uma garrafinha de plástico com água e um pequeno furo, de modo que a água ia aos poucos alimentando as flores.
Afinal, o plástico não era tão ruim assim. Percebi que as garrafas estavam vazias. Enchi as garrafas e coloquei novamente nas flores. Antes de sair, fiz uma prece natural, impossível não ser elevado ao êxtase quando a vida vence. Aquela gorotinha vive... Vive muito!
As flores são símbolos fortes de vida. São sinais de cuidado. São presentes infalíveis. Em qualquer ocasião da sua vida que requer um cuidado maior dê flores. Mas de verdade!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

AS PEQUENAS MEDIDAS

Grandes medidas é que fazem a diferença no mundo. Pensei dessa forma até poucos dias atrás. Foi um acidente caseiro, fui puxar uma tábua e ela caiu no meu pé, imediatamente o sangue começou a jorrar e percebi que, além de doer muito, eu havia perdido a unha do dedão. A noite fiquei pensando e quis aprender com o acidente. Se a tábua tivesse caído um centímetro a frante, não teria me tirado de vários compromissos. Há momentos que pequenas medidas que determinam o resultado de tudo.
Os sonhos se concretizam nas pequenas realidades. Quem tem grandes sonhos haverá de descobrir as iniciativas menores que os possibilitarão. Dar um passo já é uma iniciativa louvável para quem precisa andar dez quilômetros. De passo em passo, a distância vai se tornando menor, a estrada vai nos fazendo chegar.
O amor conjugal também depende de pequenos empenhos. O que faz o amor durar no tempo são as pequenas medidas de dedicação. Um bilhete deixado sobre a mesa declarando amor, um pedido de perdão depois do erro, um sorriso no amanhecer. Tudo constitui o grande mosaico da felicidade que tanto desejamos. Um grande amor se constrói a partir de pequenos detalhes.
Depois do meu acidente alguma coisa mudou em mim. Percebi que as pequenas medidas, quando somadas fazem a diferença. O valor e o determinativo de uma realidade tão pequena se afloraram em mim com seu poder de ensinamento. Os dias continuam amanhecendo, a vida continua seguindo o seu curso e os relógios ainda apontam a hora de chegar e de partir.
Eu continuo aqui, fazendo menos que eu deveria fazer. Só não quero deixar de aprender. Quero assimilar sempre mais a sabedoria de desvendar os segredos que se escondem nos pequenos fatos. Eles podem nos transformar. Mas hoje eu não quero muita coisa, quero apenas um centímetro de felicidade.

sábado, 25 de setembro de 2010

VIDA QUE REBROTA

Tempo de primavera é tempo de abrir as janelas da alma, permitindo que o sol nos ajude a perceber a poeira que está se acumulando em nossa sala de estar. Natureza ainda tocada pelo frio já calmo, ventos que trazem à vida a certeza de que a mudança será para melhor.
A vida é sempre generosa. Mesmo que meus olhos não possam perceber, nem desvendar, uma graça velada insiste em perpassar as entrelinhas da dor. Em tudo, prevalece a generosidade da vida que, nos dá a possibilidade de desvendar as mais opacas realidades e perceber nelas um brilho silencioso.
Regra que a vida não abre mão: sofrer é uma forma de crescimento. Basta olhar para a natureza que sofre as durezas do inverno. Para as árvores que se decidem por deixar ir embora suas folhas, para que a seiva se concentre na raiz e para que a superficialidade de sua copa não consuma o seu fundamento primordial.
Ensinamentos que no silêncio se dão. Que perder as folhas é mais sábio do que deixar morrer a raiz. Que deixar desprender os acessórios é uma forma de aliviar o corpo de seus pesos.
Sabedoria que nos ensina que mesmo que estejamos despojados de alguns sonhos, visto que as urgências nos levam a escolher e priorizar algumas realidades, tenhamos coragem de cuidar das raízes. Se elas ainda estão vivas, os sonhos ainda poderão renascer, afinal, é delas que poderão rebrotar o que insistimos em matar em nós mesmos. Na raiz, permanece a memória da planta.
Hoje é dia de ser melhor, é dia de ser feliz. É dia de recolher as graças cotidianas que nos sensibilizam para as possibilidades que são próprias desta hora e ensinam-nos a esperar por aquelas que estão reservadas para amanhã.
Recolhamos as graças e as possibilidades de hoje. E, se por acaso notarmos que nos faltam algumas, saibamos esperar, afinal, hoje ainda não é amanhã.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

SETEMBRO EM NÓS

Setembro dá adeus a Agosto. O mês de nome pesado dá lugar à leveza do mês que é sinônimo de primavera. Passagem que nos leva a uma nova estação, novos ares, novas cores.
A vida é sempre generosa, penso nos mistérios de nossas passagens, nas novas oportunidades, nos desgotos que passou, para os setembros que há em nós. Na crueza de tantos acontecimentos que parecem dilacerar as esperanças humanas, condenando-nos ao mal da estagnação. O Mal é a ausência de possibilidades. Já não há o que intervir, o que fazer, o que perdoar, o que amar e nem o que dizer. No Mal, prevalece a consciência infeliz, a certeza de que não fez o que deveria fazer, que não amou o que deveria amar e que não foi o que deveria ter sido.
Ao contrário, o bem é a certeza de ter estado no lugar certo, fazendo ainda que precariamente o que era certo, e amando, mesmo nos limites da finitude do amor humano. O amor só é concreto a partir dos limites que são próprios de nossa condição. O amor nos faz esquecer, nos faz passar e nos faz permanecer.
Cada um carrega o peso que tem. Peso de ser o que é, de fazer o que faz. Há pessoas que decidem pelo mal, porque não se descobriram a tempo. Deixaram a vida passar e não concretizaram os seus sonhos. Optaram por mandar embora a sua verdadeira essência e acolheram um jeito alienado e estranho de ser. Permitiram que o medo, esse forasteiro que insiste em assassinar o que somos, vitimasse-lhes a sua verdade maior. Passaram a vida, convivendo com o cadáver de sua realização. Mataram-se e dispuseram-se a viver, velando a si mesmas.
Há pessoas que carregam o peso de não terem feito o que queriam, de não terem amado quem gostariam e de não terem lutado um pouquinho mais pelos sonhos que nutriam. Viveram e não descobriram a sabedoria que "setembros" podem nos trazer.